19/02/2012

Vamos...

Vá lá...anda! Vamos!
Dou-te a mão, dás-me a mão. Ainda me falas de liberdade, mas nos teus olhos a luz do sol reflecte paz,adquire outra tonalidade com o aroma de fruta acabada de colher.
Gosto das palavras, dos gestos, enquanto falas, levas-me nas frases, como se metade de mim fosse a bagagem trivial nas tuas viagens em pensamento. Enfeitas com cores a essência do momento. E, sabes!!! Aconteça o que acontecer, mesmo sem nada me dizeres, já me encantas.
Mas não te iludas, o canto da sereia é tentação permanente... Sem te dares conta, as palavras começam a ficar gastas, sem essência, desvanecem-se em nada. E o frio sobrepõe-se à envolvência do abraço.
Liberta-te, solta-te da sedução das suas amarras. Depois, sem pressa, pinta cada palavra com aquilo que realmente sentes. Vais ver que, a pouco e pouco, elas ganham sentido por si, mas em função de ti.
Quando elas se soltam és tu que te soltas, és tu que ganhas asas,e as palavras apenas ficam caladas a admirar a paisagem, vista bem lá de cima.
Sabes? Não quero ser o anjo que domina nem o saltimbanco que te anima no tristes dias, nem nas negras noites, quisera eu ser luz, ser vida, ser o brilho do olhar em hora de despedida, e na cor da tinta que escrevo ditar o nome e a palavra chave...
Não sei escrever ditei!
Depois envolvi a caneta, baixei os olhos e as palavras surgiram, pareciam estrelas cadentes, hoje, não sei onde param, apanhei algumas delas para partilhar contigo...
Apenas estas!!!
As outras............voaram..........

Toia (in renascer 2012)

17/01/2012

O dia veio buscar-me...

Roubou parte de mim..não sei quanto me levou?…
Mas faltou em mim o espaço onde guardava as lembranças.
Teria sido hoje o dia para rever as coisas esquecidas?
Teria sido a razão do meu dia não se lembrar de terminar.
Eram duas horas da manhã e tudo continuava em silêncio, as palavras estavam ali naquele amontoado de emoções…Quem guarda acha!!! Já dizia a avó, e eu procurei no sítio onde guardara, as memórias dum dia de sol em que o dia não se quis deitar…Suspirou, num murmúrio rendido ao cansaço fechou os olhos,foi para onde moram todos os pores de sol…alquimia do passado, onde ficam as pétalas de rosas e as jóias desenhadas pelo vento….para me mostrar, coisas, esquecidas, antigas de menina que não sabe chorar.
Utopia do pensamento, virei a página e escrevi…falta-me um a” para escrever amor, e dos ps” que encontrei nenhum queria ser a primeira letra de paixão… Dizia baixinho o h” para que precisam de mim para escrever Hoje?...para que existo se ninguém fala de mim? Soprando ao ouvido do amanhã perguntei…Tesouro (mal guardados) alquimia, que eu amava?..(sei eu que hoje falo da química da alma)
Não menina, no escuro das noites nada me podes dizer, porque o silêncio do sol não tem preço, e ele, foi dormir, e com ele levou todo o ontem, todo o hoje, se te demorares por aqui leva também o amanhã...
Contavam as fadas em leves murmúrios que os assobios do vento eram aventuras de menina que sonhava! Desenhava o que sentia, e daquele amontoado de palavras nasceu a minha nota…
Pequenina como uma gota de orvalho da manhã, que no primeiro raio do sol desaparece.! O dia veio buscar-me, levou-me para o amanhã…
 

Toia (renascer 2012)

Sonho de menina